Denise Ribeiro – Palas Athena

 

“Todos podem escolher entre ser heróis ou não, todos os dias da vida. Você pode ajudar alguém, ter compaixão, tratar todos com dignidade. Ou não. De uma forma, você pode ser o herói ou, de outra, você é parte do problema. A coisa não precisa ser tão grandiosa. Você não precisa entrar numa luta de sabres de luz ou viajar em espaçonaves para se tornar um herói. São as pequenas coisas que acontecem na sua vida que realmente importam”. A declaração é do cineasta George Lucas, diretor de “Star Wars” (“Guerra nas Estrelas”), numa longa entrevista dada ao jornalista americano Bill Moyers em 2007.

Já faz quase 10 anos que essa conversa aconteceu, mas seu conteúdo é tão rico que não perdeu a atualidade. Principalmente agora, depois que a mais recente versão de “Star Wars” inflamou Hollywood novamente. Afinal, quem inspirou George Lucas a criar toda essa ficção mitológica?

Segundo o próprio cineasta, o último mentor que ele teve na vida foi Joseph Campbell, que carinhosamente chamava de Joe: “Ele fez as perguntas mais interessantes, e foi quem me apresentou a muitas coisas que me interessaram. Despertaram muito mais o meu interesse nas perguntas cósmicas e nos mistérios. Eu sempre me interessei por isso, toda a minha vida, mas passei a dar uma maior atenção a elas quando conheci o Joe. Quando fiz “Guerra nas Estrelas”, conscientemente comecei a recriar mitos e os temas mitológicos clássicos”, diz ele na mesma entrevista.

Quem quiser conhecer mais a fundo as bases filosóficas de” Star Wars”, basta ler “O Poder do Mito”, de Joseph Campbell, lançado no Brasil há alguns anos pela Palas Athena Editora, que prepara uma nova edição do livro para maio. As conversas de George Lucas com Campbell ajudaram o cineasta a contar um mito antigo de uma nova maneira. Segundo ele, um dos temas principais do filme é fazer com que os organismos percebam que devem viver juntos para benefício mútuo: “Não apenas os humanos, mas todas as coisas vivas. Tudo na galáxia é parte de algo maior. É uma questão de aquietar a mente para ouvir a si mesmo. E como Joe diria: ‘Siga sua felicidade’ – É para seguir o seu talento, é uma forma de colocar isso. É como eu vejo. A coisa mais difícil para um jovem é decidir o que ele vai fazer da vida. Você nunca sabe o que fazer. Mas, se for atrás daquilo que você gosta… Eu não acho que as pessoas realmente gostam apenas de ganhar dinheiro. Elas gostam do que podem fazer depois de ganhá-lo. Mas não gostam do que têm que fazer para ganhá-lo. Se você puder mudar esse processo, se achar algo que realmente goste de fazer, então você achou o que te faz feliz”, diz Lucas.

A entrevista completa em português está no site:

http://artedartes.blogspot.com.br/2007/07/star-wars-e-o-poder-do-mito.html



Veja também:

Campbell examina a mitologia universal presente em “Star Wars”
http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/2015/06/1637411-campbell-examina-a-mitologia-universal-presente-em-star-wars.shtml

A dimensão mítica de “Star Wars” – Com Camilo Ghorayeb

https://www.palasathena.org.br/curso_detalhe.php?curso_id=540