André Gravatá e Palas Athena

 

A Associação Palas Athena, com a cooperação da UNESCO e do Consulado Geral dos Estados Unidos da América, realizou no domingo, dia 10 de abril a “Caminha Silenciosa”.

Essa atividade foi inspirada pela Marcha de Washington, realizada em 1963, quando 200 mil pessoas foram às ruas e fortaleceram sua capacidade de sonhar  e integrou a programação da “13ª Semana Martin Luther King” . As Semanas em homenagem a King acontecem todos os anos no mês de abril, desde 2004, e têm o objetivo de disseminar o legado da experiência do líder pacifista, revelando sua continuidade e atualidade.

A caminhada silenciosa partiu do Marco Zero na Praça da Sé, passou pela Prefeitura, Teatro Municipal e terminou na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.

Confira o relato de André Gravatá, que coordenou a caminhada.

A caminhada silenciosa partiu do Marco Zero na Praça da Sé, passou pela Prefeitura, Teatro Municipal e terminou na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Logo no início, conversamos sobre a importância do silêncio em tempos de tanta gritaria. O convite era que caminhássemos não só em silêncio verbal, deixando de falar, mas também cultivando o precioso silêncio mental.

No final da caminhada, conversamos sobre o que cada um sentiu no trajeto. Nossa andança nos tornou mais porosos para a cidade. Observamos com olhos e ouvidos mais abertos a cidade que acordava em pleno domingo de manhã. Observamos e fomos observados. Entramos e saímos da caminhada acompanhados por estas palavras de Martin Luther King:

“Não poderemos caminhar sozinhos.

E, enquanto caminhamos, precisamos fazer a promessa de que caminharemos para frente. Não poderemos retroceder. Há quem esteja perguntando aos devotos dos direitos civis: Quando vocês ficarão satisfeitos?.

Jamais estaremos satisfeitos enquanto o negro continuar sendo vítima dos desprezíveis horrores da brutalidade policial.

Jamais estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados da fadiga de viagem, não puderem hospedar-se nos hotéis de beira de estrada e nos hotéis das cidades.

Não estaremos satisfeitos enquanto a mobilidade básica do negro for apenas de um gueto menor para um maior.

Jamais estaremos satisfeitos enquanto nossas crianças tiverem suas individualidades e dignidades roubadas por cartazes que dizem exclusivo para brancos.

Jamais estaremos satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não puder votar e um negro em Nova York acreditar que não tem nada em que votar.

Não, não estamos satisfeitos e só ficaremos satisfeitos quando a justiça rolar como água e a retidão correr como um rio poderoso”.

André Gravatá é jornalista e apaixonado por poesia. Coautor dos livros “Volta ao mundo em 13 escolas” e “Mistérios da Educação”. É autor do livro de “Contos Sublime”. Já colaborou para a Superinteressante, Vida Simples, revista Piauí, Planeta Sustentável, entre outras revistas e portais. Para provocar transformações do centro de São Paulo por meio da educação, criou, junto com amigos, o Movimento Entusiasmo (ME), que realiza a Virada Educação, um projeto que mobiliza escolas e territórios por todo o Brasil. Hoje desenvolve uma pesquisa intitulada “A Vida nas Cidades Educadoras” e espalha seus versos no jornal das miudezas.

Palas Athena

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