IVAN AMBRÓSIO – Folha da Região

 

Visto por alguns como uma forma de capacidade engenhosa de agir de maneira corrupta para obter benefícios pessoais de maneira criativa, o ‘jeitinho brasileiro’, na visão do professor de filosofia e ética da Associação Palas Athenas (SP), George Barcat, é uma forma bem-vista por empresários estrangeiros como uma alternativa para sair de situações complexas.

Em palestra ministrada no começo do mês em um workshop realizado no Espaço Interação, em Araçatuba, o especialista analisou que o grande dilema da sociedade é se preocupar uns com os outros e ser gentil. No evento, ele mostrou ainda aos presentes a importância de se investir na ética e colocá-la em prática.

Veja os principais trechos da entrevista:

O jeitinho brasileiro é a institucionalização e consolidação de como não ser ético?
Nem sempre. Tudo que o homem cria tem dois lados e o jeitinho brasileiro é muito bem-visto por empresários estrangeiros, pois eles notam que sabemos sair de situações complexas com poucos recursos e muita criatividade. Sou favorável em mantermos o jeitinho brasileiro, usando-o para o bem.

O senhor vê problemas na educação atual para que sejam formados cidadãos mais éticos?
O principal problema que eu vejo é a pouca participação dos pais na educação das crianças, deixando isso para a escola e aos professores. Essa não é a principal tarefa da educação formal, mas isso precisa começar em casa, com o exemplo dos pais. Infelizmente, eles querem que a escola forme pessoas para ganhar dinheiro e não seres humanos bons para a sociedade.

Matéria original disponível em: http://www.folhadaregiao.com.br/Materia.php?id=439679