Transcrição do Seminário Internacional: Nai Talim, o projeto educacional de Gandhi
Realizado na Palas Athena, em 18 de setembro de 2024

Devo confessar que estou me sentindo desafiado, e até um pouco intimidado pela qualidade das pessoas que estão aqui me ouvindo. Eu sei que muitos de vocês talvez tenham uma formação mais avançada do que a minha, mais sofisticada do que a minha, portanto é um desafio falar para vocês. Então, sejam pacientes comigo.

Como membro de instituições e organizações gandhianas na Índia, tenho uma dívida de gratidão com a Palas Athena por tudo que tem feito aqui pelo desenvolvimento das ideias de Gandhi. Por isso eu me sinto honrado e também em dívida com esta organização. Estou muito feliz por estar aqui hoje.

Então vamos ao tópico sobre o qual fui convidado a abordar, Nai Talim, ou a nova educação básica, nos padrões que Gandhi concebeu. Gandhi queria ser compreendido, mesmo pelas pessoas mais simples, em todo o país. Então, ele usava termos e expressões que podiam ser compreendidos por essas pessoas. Por isso, ele usou Nai Talim. São duas palavras, Nai e Talim. Nai quer dizer “nova” e Talim, “educação”. Gandhi chamava de “nova educação básica”. É nova porque acreditava que essas palavras eram totalmente originais, ainda não tinham sido ouvidas antes. E básica porque o que ele iria falar sobre educação tinha a ver com o fundamento, a parte mais básica da educação. Sabemos que educação é um processo que dura a vida inteira, desde o jardim da infância, a educação superior, e até mais. Mas Gandhi tinha a intenção de falar sobre o nível mais básico da educação. Vimos que nos textos que escreveu sobre educação, falou muito pouco sobre a educação superior. Falou muito mais sobre educação básica. Quando escreveu sobre essas ideias, prefaciou o livro dizendo que não era educador, mas durante a sua vida teve experiências na educação, e por isso se atrevia a falar sobre o assunto.

Na África do Sul, Gandhi morou em uma comunidade, que na Índia é chamada de ashram. Ali havia crianças, e elas precisavam ser educadas. Naquela época, a educação disponível era a do sistema europeu. Gandhi não concordava com o sistema britânico de educação e, honestamente, não poderia transmitir isso para as crianças da comunidade. Então, em vez de mandar as crianças estudarem fora, no sistema britânico, resolveram educar as crianças na comunidade. As pessoas mais velhas, mais instruídas que lá habitavam, tornaram-se professores, assim como Gandhi também.

Quando voltou para a Índia, também foi viver em uma comunidade, num ashram, e do mesmo modo, as crianças dali começaram a ser educadas dentro do ashram em vez de serem mandadas para as escolas britânicas. Mas Gandhi não estava totalmente satisfeito com o tipo de educação que os mais velhos na comunidade davam para as crianças. Ao observar as aulas, ele não gostou de alguns aspectos do sistema. A escola britânica tinha dois focos. Um deles era a alfabetização e o outro o desenvolvimento intelectual. Gandhi achava que o sistema britânico ignorava dois aspectos importantes da educação. Um deles, o desenvolvimento moral ou ético, e o outro, o desenvolvimento espiritual.

Outra coisa que os ingleses ignoravam, era o aspecto físico, o corpo da criança. Então, como isso não tinha lugar no currículo acadêmico, criaram uma matéria a mais, que era o exercício, um esporte, alguma coisa do gênero. Uma aula especial de quarenta e cinco minutos, e ponto. Parava aí o que consideravam a parte física da criança. E o objetivo era criar, com as escolas britânicas, uma elite, uma classe de pessoas educadas que serviriam para reproduzir o sistema colonial. Isso Gandhi não podia aceitar, e rejeitou o sistema britânico. Se observarmos cuidadosamente hoje as pessoas educadas é que fazem a mediação entre os governantes e o povo. Isso é uma herança colonial que herdamos.

Gandhi também percebeu nessa educação tradicional que as pessoas que eram educadas ficavam alienadas do seu grupo, do seu país e do seu povo. Então, a pessoa que se educava no sistema tradicional tornava-se alienada da sociedade. Um jovem da vila que ia para a cidade, para uma universidade, a fim de obter um diploma, quando voltava para sua vila já não era mais parte de nada daquilo, e não conseguia se relacionar. Isso acontece hoje em dia, principalmente nos países em desenvolvimento. Se uma pessoa de uma área rural vai para uma universidade e se forma, quando volta não consegue se integrar. Torna-se uma pessoa sem raiz.

Gandhi voltou da África do Sul em 1915, e depois de toda essa observação e experiência na sua comunidade, em 1937 resolveu fazer uma conferência no seu ashram. Convidou educadores, pedagogos, lideranças da Índia para essa conferência, e disse que não era educador, mas que havia chegado a algumas conclusões, e se eles achassem que o que tinha para apresentar tivesse algum valor, que seria procedente, que então sistematizassem e espalhassem no país inteiro. Esses pedagogos e educadores discutiram sobre isso durante dois dias, e depois formularam um programa.

Esse projeto foi criado levando em conta as características sociológicas, culturais, pessoais e políticas da Índia, específicas daquele tempo. Quando olhamos para essas ideias hoje, temos que levar isso em consideração. Não são regras imóveis, são regras que estavam ligadas a esse contexto cultural. Nesse esquema é possível identificar alguns componentes que são válidos universalmente, apesar de toda a influência cultural.

Passando brevemente por esses componentes, um deles é o seguinte: deve haver sete anos de educação gratuita e compulsória para todas as crianças do país. A segunda coisa importante é que a educação deve ser na língua mãe das crianças. Isso é muito importante na Índia, porque lá tem muita variedade de idiomas.

Naquele tempo, na Índia, por ser uma colônia britânica, a educação era em inglês. Gandhi foi educado em inglês, e estudou Direito na Inglaterra. Apesar disso, ele dizia que a língua da educação, a língua das aulas de educação em geral tinha que ser a língua materna, porque as crianças perdem muito tempo estudando inglês, muita energia, e muitas delas não têm interesse no idioma, têm dificuldade e ficam frustradas.

Porém, o principal pilar da educação deveria ser um trabalho manual produtivo, o aprendizado de um ofício. Esse é o ponto mais controverso do programa. Gandhi dizia que esse trabalho manual produtivo teria a ver com o ambiente natural e cultural da criança, que deveria ser escolhido levando esses fatores em consideração. Para isso, ele tinha argumentos muito sólidos: dizia que não é através da leitura escrita, argumentação e matérias de conteúdo que se vai educar. Como se desenvolve um intelecto humano, como é que surgem as novas ideias, como o conhecimento, a inovação?

Ele afirmava que podemos observar isso quando fazemos coisas com os membros, por exemplo, quando queremos pegar uma fruta numa árvore, esticamos as mãos e não conseguimos pegar, então, imediatamente, a cabeça começa a funcionar. Como é que vou pegar essas frutas, como é que vou superar essa limitação do meu corpo. Essas tendências de superar as limitações do corpo humano, fazem com que a mente humana comece a imaginar formas de conseguir desenvolver tecnologia, estratégias. Se você não fizer a criança trabalhar com a percepção das limitações, enfrentar as dificuldades, não vai haver modernização. Elas não querem ficar lendo livros. Elas querem fazer algo para movimentar o corpo. E a primeira coisa que os professores dizem para as crianças é “senta, fica quieto, não fale”.

Gandhi acreditava que para gerar ideias e desenvolver o intelecto é preciso fazer trabalho corporal, e há um relacionamento orgânico entre o movimento e o desenvolvimento intelectual. Ele achava que esse trabalho manual tinha que ser produtivo, porque quando produz algo você tem que usar sua criatividade. Além do mais, ao produzir algo que é útil para a sociedade, algo que pode ser vendido, você recebe por aquilo, você cobre despesas. Você pode gerar benefícios com a venda daqueles produtos.

Quero chamar a atenção de vocês para os valores que estão por trás desse programa. Gandhi tinha uma filosofia de vida que poderia ser resumida por Verdade (Satya) e Não Violência (Ahimsa). A verdade para ele é um termo que designava a verdade última e o objetivo final da vida, e a não violência era o único meio com o qual se atinge a finalidade da vida. Ao lermos a biografia de Gandhi, que foi publicada pela Palas Athena Editora, veremos que para ele o objetivo final da vida é a autorrealização. Para ele, a educação também era um meio através do qual as pessoas poderiam atingir esse objetivo.

Gostaria de dizer para vocês como foi que ele estabeleceu esses valores que são a base do seu sistema educacional, como comunicar esse valor da verdade para educar uma criança. Uma das estratégias é contar histórias sobre isso. Por exemplo: explicar para a criança que seus coleguinhas não mentem para você, e você não deve mentir para eles, porque se você fizer isso eles vão mentir para você e você não vai gostar. Relacionamentos humanos se tornam impossíveis se não houver confiança no outro. A mesma coisa é a não violência. Você não vai ser amigo de alguém que você acha que vai te machucar, que vai te prejudicar. Gandhi acreditava que as relações humanas se baseiam nesses dois valores: Verdade e não violência. É possível transmitir esses valores para as crianças, basta um esforço consciente do professor para dizer a elas que não devem machucar os outros, nem fisicamente nem verbalmente. Como convencer uma criança a não fazer isso? É preciso perguntar a ela: você gostaria que seu amigo te batesse, te agredisse, te xingasse? Nenhuma criança vai dizer que sim. Então, é razoavelmente fácil convencê-la.

Quando Gandhi lidava com alguns problemas envolvidos nessa questão de educação básica, as pessoas perguntavam a ele como se poderia resolver essa questão. Ele então era muito taxativo: se os professores tiverem imaginação, vão conseguir resolver problemas até muito mais sérios do que isso. Não depende da capacidade intelectual, da erudição ou da formação do professor. Depende da sua imaginação. Por exemplo, no ensino da não violência. Não violência para Gandhi significa amor. Como manifestar, como expressar esse amor? Na vida normal, a gente expressa isso verbalmente: “te amo muito”, “quanto eu te amo”. Se olharmos para a poesia dedicada ao amor veremos quantas formas há para expressar isso. Na poesia, por exemplo, a gente vê coisas como, “ah meu amor, eu vou te amar até que todos os mares sequem”. Gandhi diz que o amor deve ser expressado em serviços e não em palavras. Isso é uma coisa que as crianças gostariam de fazer. Você pede a elas para fazer pequenos gestos, serviços de gentileza, bondade com os outros, elas têm muita satisfação em fazer. Assim, o papel do professor é guiar a realização desses atos, orientar, e à medida que o professor for orientando, eles também terão satisfação com esses atos, e isso vai se internalizando. Portanto, não é só uma maneira de eliminar a violência do íntimo do coração das pessoas, mas também da sala de aula, da escola.

Nós sabemos que, hoje em dia, a ordem social, a ordem mundial, se baseia na violência. A violência não é apenas física, é a violência estrutural, a violência do sistema. Gandhi tinha uma forma muito original de defini-la. Dizia que qualquer forma de exploração é violência, qualquer forma de discriminação é violência. Qualquer forma de segregação é violência. E é por isso que mais tarde, Johan Galtung vai falar sobre a violência sistêmica, ou a violência estrutural.

Os estudiosos deram um passo a mais, e dizem agora que tudo que impede a pessoa de se desenvolver é violência. Toda pessoa humana é um conjunto de potências, de possibilidades, e tudo quanto obstaculiza essas potencialidades de se manifestarem é violência. Quando impedimos uma criança de se mover, estamos inviabilizando seu desenvolvimento. Portanto, é uma violência, e é assim que ela internaliza a violência. Estimulando a criança a praticar também gentileza, mas principalmente serviço com seus colegas, vamos estar internalizando o valor da não violência. É educando através de um labor manual que a criança aprende que está trabalhando, está produzindo alguma coisa que vai ser boa para sua comunidade, e está tendo um papel na sociedade. Está contribuindo, e isso é uma coisa muito positiva.

A educação, do jeito que Gandhi pensou, consegue transmitir os valores da não violência e da verdade, e também a realidade de que nós podemos ser membros ativos da transformação da sociedade A educação não é tirar. É fazer surgir de dentro da criança o seu melhor corpo, mente e espírito. Gandhi sempre achou que a educação é uma combinação desses três elementos. Através da educação, podemos desenvolver esses três aspectos integralmente, holisticamente. Se qualquer desses aspectos for ignorado, isso vai impedir que a criança se desenvolva como um todo, e ela vai ter um crescimento unidimensional ou bidimensional, enfim, vai ser um amadurecimento parcial.

Quando falamos de desenvolvimento ético, moral, todo mundo entende, mas quando chega ao espiritual… O que é a espiritualidade? Naquela época era entendida como religião. E qual era o lugar da religião na educação tradicional? Esse é um assunto bem complexo; não vou entrar em todos os aspectos da questão, mas o que a gente pode enunciar como conceito levado em consenso é: o relacionamento com Deus, a fonte última da existência. Como se relacionar com Deus, com a realidade última? Isso é um tema da espiritualidade.

Mas quando Gandhi usava a palavra não estava falando de um relacionamento unidirecional. Uma linha reta que vai de você para Deus. Ele acreditava que todas as coisas são integralmente relacionadas. Na espiritualidade mística tem o consenso da não dualidade. O fundamento dessa ideia é que tudo que existe no mundo é manifestação dessa realidade última. Tudo, vivo e não vivo, não só os seres humanos. Sabemos que tem religiões que acreditam que só os seres humanos têm alma. As pessoas brancas que invadiram a África do Sul acreditavam que os negros não tinham alma. Todas essas ideias disparatadas estavam presentes também. Todavia, é importante salientar que a concepção de que tudo no mundo é a expressão dessa realidade última não é especial do hinduísmo. Há outras espiritualidades que também professam essa mesma crença.

Hoje temos a palavra ecológico, ecologia profunda. Tudo no mundo está relacionado. Essa é uma crença fundamental de Gandhi. Para ele, resumindo bem a ideia, a espiritualidade era isso, a consciência dessa interconexão. Quando falamos da consciência dessa interconexão, queremos dizer duas coisas: saber que essa interconexão existe, é o sentimento vivo, a percepção viva dessa interconexão. Então, entender que tudo está conectado, tudo está ligado, tem elo de conexão. E se deve agir de tal forma que se considere em cada ação essa interconexão. Gandhi punha isso em termos muito simples: se você ferir alguém, você está ferindo a si mesmo. Se você cometer qualquer violência, qualquer coisa contra um animal, uma planta, algo da natureza, está também cometendo uma violência, está violando a si mesmo como ser humano.

Então, essa é a espiritualidade de Gandhi: estar sempre alerta, tendo em vista essa conexão, e agir de acordo. Para Gandhi, não basta não violar essa conexão, mas é preciso também defender e proteger essa interconexão. Ele usa a expressão “a integridade da Criação”. Cada ser tem integridade. Protegemos a integridade da Criação através dos atos de serviços. A espiritualidade não se consegue através de uma prática, mas se mantém através de ações, através de esforço consciente e continuado.

O conceito de serviço também tem uma conotação especial para Gandhi. Normalmente a gente pensa assim: é alguém que você ajudou, é um ato de caridade. É claro que quando você ajuda alguém, alguém que está sofrendo, isso tem um elemento de serviço. Mas para Gandhi, o serviço tem uma outra dimensão ainda. Cada um tem uma potencialidade dentro de si. Então, a autorrealização é a manifestação dentro dessas potencialidades até o seu grau máximo. Isso é o que todos nós aspiramos: realizar a nossa potencialidade máxima e de maneira livre. Para Gandhi, o verdadeiro serviço é auxiliar alguém a fazer desabrochar a sua plena potencialidade. Chamamos de serviço, por exemplo, dar comida a quem está com fome. Isso não tem necessariamente uma conotação espiritual, mas pode levar, em última instância, à realização daquela pessoa, e aí sim tem conotação espiritual — sem alimento ninguém consegue se realizar. Isso é espiritualidade.

Tudo isso dito assim parece muito conceitual, muito abstrato, mas pode ser feito de modo muito concreto: levando as crianças para fora da sala de aula, mostrando a natureza, ajudando-as fazer atos de serviço dos colegas. Isso vai sedimentando na criança fatos que parecem muito abstratos. Eu visitei muitas escolas que são administradas e usam o sistema educacional de Gandhi. Havia muitas escolas assim na Índia. Hoje em dia já não são tão numerosas.

Mas uma das melhores escolas de educação básica que conheci fica no México. Lá havia uma cooperativa de fazendeiros que incluía uma escola. Quando estive lá para dar uma palestra, eles me levaram para visitar a escola. E as crianças do pré-primário, o que elas estavam fazendo? Mudas de plantas. Elas estavam semeando, afofando a terra. Elas sabiam fazer tudo. Estavam trabalhando com as mãos, cuidando das mudas. Depois, quando cresciam um pouco mais, ganhavam um pedacinho de terreno para fazer uma plantação orgânica. E o pessoal do colegial recebia esses produtos e processava para ganhar preço de mercado. Essa é a melhor educação básica que já vi, e as pessoas ali nunca tinham ouvido falar sobre a educação básica de Gandhi.

Como já disse no início, tem um elemento cultural forte nessa proposta de Gandhi. Mas tem também elementos universais, que seriam aplicados em qualquer lugar. Essa educação leva a duas coisas: desenvolvimento pessoal e desenvolvimento da personalidade da criança. O desenvolvimento da personalidade da criança pode ter um sentido muito controverso. Não é disso que estou falando, e sim do desenvolvimento do corpo, da mente e do espírito da criança, do desenvolvimento integral. E isso é preocupação da educação, porque vai levar a um desenvolvimento social.

Por que tem que ser um desenvolvimento individual? Porque sem ele esse indivíduo não vai transformar a sociedade. Não vai haver transformação social sem essa influência orgânica natural de cada indivíduo que vai ser educado socialmente. Há mais dois aspectos que eu gostaria de abordar: Gandhi achava que a educação ajudaria o indivíduo a se descobrir. Quem sou eu? Por que estou aqui? Para que eu sirvo? Esse tipo de questionamento promove na criança a possibilidade de descobrir qual é a conexão dela com todo o resto. E isso leva à descoberta de si. Como é que eu estou ligado à Criação e a todos os seres humanos. A gente sabe que na educação tradicional de hoje isso não é estimulado, não passa nem perto do tipo de educação atual.

A outra questão é a da autoedificação. O ser humano sofre muitas influências, algumas delas más influências. Não vivemos numa sociedade ideal, onde tudo é perfeito. Há muitas influências negativas, que vão tentar influenciar, atingir, distrair, desviar. E nós, seres humanos, somos todos vítimas dessas forças negativas. Alguns mais e outros menos, mas todos somos vítimas. A autoedificação é um tipo de refinamento. É um tipo de autoexame, autorreflexão, e uma tentativa de eliminar essas influências negativas da nossa personalidade. A beleza da educação básica é que ela tem uma abertura, um espaço para que o aluno que está constantemente se relacionando com os outros, que são a sociedade, tenha uma oportunidade de se autocorrigir.

Então esses dois aspectos, a autorrealização e autoedificação, são o que define o programa educacional de Gandhi. Essas são algumas das minhas reflexões sobre o processo educacional de Gandhi.

Espero que eu não tenha testado muito a paciência de vocês.
Obrigado.

18 de setembro de 2024
Tradução: Tônia Van Acker
Transcrição: Neusa Valério
Revisão: Lia Diskin
Revisão Final: Leandro Uchoes e Guilherme Soares