Em agosto, a professora Lia Diskin foi a convidada de honra do Comitê Estratégico de Gestão de Pessoas da Amcham (American Chamber of Commerce for Brazil, [Câmara Americana de Comércio para o Brasil]), em São Paulo, onde falou sobre a importância da colaboração mútua para o convívio social. “Quando a ideia da competição e do mais forte prevalecem, não há como manter as estruturas de confiança em que a sociedade se baseia”. Segundo ela, a saída é cultivar valores como empatia, capacitação e respeito, acrescenta a palestrante.

Para a professora, sem a prática de regras legítimas de respeito e convívio, não há como estabelecer a confiança necessária para qualquer tipo de relacionamento. No caso das empresas, não adianta criarem um código de conduta formal, se os princípios forem ignorados. Lia citou o caso da Enron, a então maior empresa americana de energia, que teve sua falência decretada em 2001 depois que as autoridades descobriram uma série contínua de fraudes e práticas ilícitas, cujo o código de ética tinha 253 páginas e não serviu para nada.

“Sem ética, não há sobrevivência empresarial ou individual”, disse ela. É através do comportamento ético que mudanças estruturais serão possíveis. “A ética permite mudar a moral. Com ela, adquiro a capacidade de interpretar se os costumes existentes são saudáveis e atendem aos requisitos para manter uma vida civilizada”, comenta.

Para Lia, uma sociedade mais ética começa a ser feita a partir das pessoas. “As ações individuais trazem consequências profundas para a comunidade. Um não estudante que compra uma carteira de estudante só para pagar meia-entrada está prejudicando a comunidade. Se esse tipo de prática não for detectada e corrigida dentro da família, vai ajudar a criar um sistema corrosivo”, argumentou.

(fonte: site AMCHAM)