Denise Ribeiro – Palas Athena

Diante da necessidade de reparar danos gerados por um conflito, uma desavença ou um crime, qual o melhor caminho a tomar? Pelos princípios da Justiça Restaurativa, o melhor caminho está na decisão conjunta construída em encontros entre vítima e ofensor, em círculos de paz, em conferências familiares. No Encontro de Justiça Restaurativa e Saúde, que aconteceu na tarde de 18 de agosto na Palas Athena, foram apresentadas experiências que tentam harmonizar relacionamentos em ambientes como as universidades.

O juiz Egberto Penido, que preside a 1ª Vara da Infância e Juventude de São Paulo, lembrou a potência latente em todos os encontros e salientou alguns pontos em comum entre as duas disciplinas, como a ideia de cura (presente nos círculos de cura da Justiça Restaurativa) e a questão de equilíbrio e balanceamento que as duas áreas buscam alcançar.

João Salm, professor assistente do Departamento de Justiça Criminal da Governors State University, EUA, disse que tem vivenciado o poder das metodologias da Justiça Restaurativa para mediar conflitos dentro dos campi norte-americanos. Ana Bussu, da Universidade de Sassari, na Itália, falou sobre o Proyecto Buen Venir, no Equador, focado no bem-estar geral da comunidade para uma melhor aprendizagem. O projeto se distingue por se apoiar numa comunicação que visa relações saudáveis, resolução de conflitos, escuta empática, valorização do diferente e autonomia. Segundo ela, essa nova cultura deve ser implementada antes mesmo que os conflitos surjam, como se faz na medicina preventiva, que acaba atingindo muito mais pessoas do que a medicina curativa.